terça-feira, 5 de junho de 2012

"Até se eu ficar só na vontade, já não dói"


Nós não conhecemos as pessoas. Estou cada vez mais certa disso...
Como pode alguém num dia querer tanto e no outro não mais querer?
Eu sei que sou uma pessoa complicada, mas o que eu quero, eu quero de verdade! Quero com todas as partes do meu corpo e da minha alma... 
Por vezes, descubro que quero o que não deveria, ou que acredito poder querer outra coisa, simplesmente porque “seria o melhor pra mim”... e, assim, acabo equivocando-me com meu próprio foco...
Mas hoje já estou mais esperta para lidar com isso. Não me deixo dominar por ideias alheias sobre o que será bom pra mim, já que só eu mesma sou capaz saber.
Claro que ninguém faz apenas o que gosta e que a renúncia nos ensina muito, mas até que ponto devemos renunciar?
Não quero ser desleal comigo mesma, por isso, muitas vezes não ouço conselhos. Prefiro quebrar a cara, ter que começar de novo... e, assim, acabo voltando a desejar o que desejava antes, com a mesma força e coerência com que persigo meus objetivos.
O problema é quando dependemos do querer de alguém... de alguém que um dia quer e no outro não mais... ou de alguém que simplesmente se esquece... e, se se esqueceu, era porque não queria tanto assim.
Aí, acabo me questionando, mesmo sem querer... Será isso mesmo o que eu quero? Ficar imaginando sozinha, fazendo e buscando a realização de planos  que deveriam ser feitos a dois? Não!

Daí, melhor esquecer tudo... 
...e ainda ficar bem!
Afinal, pra mim, o estar só também tem o seu quê de perfeito. Quantas vezes sinto falta de estar só, comigo mesma. A solidão por vezes é tão companheira... Com ela, pode-se pintar paredes de rosa e não ser obrigada a ouvir música alta, quando só o que se deseja é o silêncio.




segunda-feira, 28 de maio de 2012

À minha riqueza


Tá, nós não temos dinheiro!

...mas temos vontade e disposição
para correr atrás, para trabalhar, para lutar, para viver.

Nós ainda não temos uma casa...

mas temos uma cama, um violão, um pandeiro e muitas recordações.

Nós não temos bens materiais “à mercê”...

mas fazemos bem um ao outro desmedidamente. Sabemos nos divertir com o que é pouco e fazer desse pouco uma preciosidade.  

Não temos propriedades...

Mas temos uma infinidade de ideais, de sonhos, projetos, planos...

Não temos poder...

Por isso sabemos da impossibilidade de mudar o mundo, sozinhos...
mas temos esperança! Acreditamos na mudança que começa dentro de nós mesmos.

Não temos dinheiro...

Mas temos o suficiente para escrevermos uma bela história e vivê-la com muita dignidade.

Temos afinidade. Temos amigos. Temos amor...

Temos um ao outro. E isso, verdadeiramente, não tem preço.


Prefiro ter você para, juntos, lutarmos por todo o resto, a ter todo o resto e viver em busca de alguém como você... Como eu te amo...

terça-feira, 13 de março de 2012

Em busca de forças


O nó na garganta... a angústia...
a vontade de jogar tudo para o alto.
Como algumas pessoas se julgam tão melhores que outras?
Eu só queria que um dia as pessoas acordassem com a consciência de que não são nada diante da fragilidade da vida. Que não são nada diante da imensidão do universo, diante da beleza da natureza.

Como é possível o dinheiro perturbar tanto as pessoas.
Ele as corrompe, as consome, as devora.

Engraçado como algumas pessoas se deixam levar pelos prazeres e excessos materiais e outras não. As que não se corrompem eu admiro.
Algumas que nem o tem, não conseguem perceber que a vida não gira em torno do dinheiro. Sente-se melhores que os outros por terem tido melhores oportunidades, sorte ou até mesmo, por terem se aproveitado da displicência dos que não notaram como possuem uma alma má... e abriram as portas para que prosseguissem. Sequer se dão conta de que precisaram de alguém um dia, para que a porta fosse aberta.

Se a vida toma conta de almas assim, não sei.
Só sei que tenho vontade de chorar.

De denunciar para o mundo todo o quanto essas pessoas me causam asco, náusea.

Como você faz para mudar um ambiente, se as pessoas que te cercam continuarão as mesmas: hipócritas e estúpidas, se achando melhores que os outros?
...Só sei que tenho muita vontade de chorar.

E quando você é tratada inadequadamente e não tem sequer forças para mostrar que não deve ser assim, simplesmente porque percebe que algumas pessoas não merecem absolutamente nada de você. O menor esforço sequer, será em vão. É completamente inútil tentar mostrar algo a um ser que não enxerga além do próprio umbigo...

O nó na garganta... a angústia...

Eu queria uma saída. Qualquer uma. Que fosse a dos fundos. Eu só desejo sair. Retirar-me da luta e deixar que todos se matem sozinhos, mediocremente.

Eu agora, só tenho vontade de chorar!

E de estar em qualquer lugar do mundo que não esse em que estou agora. Embora saiba que se eu estivesse em outro, poderia ainda querer estar em outro, e em outro, e em outro, posto que em todos os lugares existem pessoas hipócritas e, também, porque o homem é assim com seu contentamento sempre descontente.

Mas o que eu queria... era estar bem longe daqui.
Sentir o calor do sol, ver ele se pôr no final da tarde... longe do ar condicionado, de pessoas pequenas e de uma competição sobre quem se adéqua melhor a um sistema ridículo e vazio.

Como não posso... queria apenas tirar

esse nó da garganta... essa angústia...

Eu agora, só tenho vontade de chorar.

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Preciso de forças...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Resgatando minha lenda pessoal

    " - O que é a Lenda Pessoal?
     - É a sua benção, o caminho que Deus escolheu para você aqui na Terra. Sempre que um homem faz aquilo que lhe dá entusiasmo, está seguindo sua Lenda. Acontece que nem todos tem coragem de enfrentar-se com os próprios sonhos.

     - Por que razão?
     - Existem quatro obstáculos. O primeiro: ele escuta, desde criança, que tudo o que desejou viver é impossível. Cresce com essa idéia, e a medida que acumula anos, acumula também camadas de preconceitos, medos, culpas. Chega um momento em sua Lenda Pessoal está tão enterrada em sua alma, que não consegue mais vê-la. Mas ela permanece ali.
     Se ele tem coragem de desenterrar seus sonhos, então enfrenta o segundo obstáculo: o amor. Já sabe o que deseja fazer, mas pensa que irá ferir aqueles que estão à sua volta, se largar tudo para seguir seus sonhos. Não entende que o amor é um impulso extra, e não algo que o impede de seguir adiante. Não entende que aqueles que realmente lhe desejam bem, estão torcendo para que seja feliz, e estão prontos para acompanha-los nesta aventura.
     Depois de aceitar que o amor é um estímulo, o homem está diante do terceiro obstáculo: o medo das derrotas que irá encontrar em seu caminho. Um homem que luta pelo seu sonho, sofre muito mais quando algo não dá certo, porque não tem a famosa desculpa: "ah, na verdade eu não queria bem isso..." Ele quer, sabe que ali está apostando tudo, e sabe também que o caminho da Lenda Pessoal é tão difícil como qualquer outro caminho - com a diferença que nesta jornada está o seu coração. Então, um guerreiro da luz precisa estar preparado para ter paciência nos momentos difíceis, e saber que o Universo está conspirando a seu favor, mesmo que ele não entenda.
     - As derrotas são necessárias?
     - Necessárias ou não, elas acontecem. Quando começa a lutar por seus sonhos, o homem não tem experiência, e comete muitos erros. Mas o segredo da vida é cair sete vezes, e levantar-se oito vezes.
     - Por que é tão importante viver a Lenda Pessoal, se vamos sofrer mais que os outros?
     - Porque, depois de superada as derrotas - e sempre as superamos - nos sentimos com muito mais euforia e confiança. No silêncio do coração, sabemos que estamos sendo dignos do milagre da vida. Cada dia, cada hora, é parte do Bom Combate. Passamos a viver com entusiasmo e prazer. O sofrimento muito intenso e inesperado termina passando mais rápido que o sofrimento aparentemente tolerável: este se arrasta por anos, e vai corroendo nossa alma sem que percebamos o que está acontecendo - até que um dia já não podemos nos livrar da amargura, e ela nos acompanha o resto de nossas vidas.
     - E qual é o quarto obstáculo?
     - Depois de desenterrar seu sonho, usar a força do amor para apoia-lo, passar muitos anos convivendo com as cicatrizes, o homem nota - do dia para a noite - que o que sempre desejou está ali, a sua espera, talvez no dia seguinte. Então vem o quarto obstáculo: o medo de realizar o sonho pelo qual lutou toda a sua vida.
     - Isso não faz o menor sentido.
     - Oscar Wilde dizia: "a gente sempre destrói aquilo que mais ama". E é verdade. A simples possibilidade de conseguir o que deseja faz com que a alma do homem comum encha-se de culpa. Ele olha a sua volta, e vê que muitos não conseguiram, e então acha que não merece. Esquece tudo o que superou, tudo que sofreu , tudo que teve que renunciar para chegar até onde chegou. Conheço muita gente que, ao ter a Lenda Pessoal ao alcance da mão, fez uma série de bobagens e terminou sem chegar até seu objetivo - quando faltava apenas um passo.
     Este é o mais perigoso dos obstáculos, porque tem uma certa aura de santidade: renunciar à alegria e à conquista. Mas se o homem entende que é digno daquilo pelo qual lutou tanto, então ele se transforma num instrumento de Deus, ajuda a Alma do Mundo, e entende por que está aqui."

(Em: http://warriorofthelight.com/port/edi16_dialogo.shtml)

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Ah, se bastassem asas para sermos livres...


Ah, como me sinto cansada!

Cansada das pessoas, de comentários, de obrigações, de tanta chatice no meu dia...
Esse mundo me desmotiva. As pessoas estão cada dia mais hipócritas, incoerentes, sem convicções, prepotentes...

Eu queria ser um pássaro, quem sabe uma borboleta azul?

Embora eu saiba bem que não é de asas que eu preciso para ser livre. Não é a falta de asas que limita e acorrenta os homens. Não, não é!

O que os aprisiona é a racionalidade.

O que os aprisiona é a racionalidade.
Somente pela razão excessiva, nos impedimos de viver momentos únicos. É a racionalidade que nos preocupa, que nos revolta, que nos estressa. Que nos faz ficar a maior parte do nosso dia, do nosso ano, da nossa vida trabalhando para enriquecer os outros. Outros esses, que também nem sempre sabem aproveitar a própria vida... Simplesmente, porque ter recursos não significa ter boa vontade. Não significa ter disposição para viver de verdade!


terça-feira, 29 de novembro de 2011

"Todos os prazeres excessivos aniquilam"


Aristóteles definia a paixão (páthos), como algo capaz de impulsionar o homem à ação (práxis). Desse modo, ela poderia, então, ser considerada virtude ou vício, sendo determinada de maneira bastante individual e específica. O homem não escolhe suas paixões, mas ele é o único absolutamente responsável por elas. O único capaz de dominá-las, com o intuito de que elas não o dominem.
Um homem torna-se virtuoso, não ao renunciar suas paixões, mas ao aprimorar sua própria conduta, a fim de não se sucumbir a elas ou de deixar seu próprio “eu” perdido pela vida afora....

Desvarios por prazeres excessivos são como doenças da alma. O homem sob esse mal, torna-se incapaz de ver ou de escutar com precisão o que quer que seja. Torna-se inapto ao menor raciocínio. Não consegue medir a proporção e dimensão dos seus próprios atos. Cega-se para o mundo. 1

Dizia, sabiamente, um professor muito querido: “todos os prazeres excessivos aniquilam”.2





1 - Referências do texto: O Conceito da Paixão - Gérard Lebrun (Págs: 17 a 33)
2 - Joaquim Alves de Aguiar

Quando o que realmente importa, não importa


O que fazer, quando o que realmente importa pra mim não é digno de qualquer prioridade, empolgação, desejo ou anseios seus? O que fazer, quando o que realmente importa para você não desperta dedicação sequer aos pensamentos meus? 

Há nisso, algo de triste, de desolador, de incompatível na compreensão de um "nós"... 
Algo que eu simplesmente não consigo explicar...